segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

II

Fui longe como quando viajávamos e sentíamos o vento a bater por fora do vidro entreaberto; tive sonhos que pareciam a realidade estampada das voltas que dávamos com o que queríamos bem junto a nós lá no centro. De quando brindamos à nossa e o champanhe ficou por se abrir. Longe dos olhos que brotavam o medo do desconhecido no infinito dos saltos que dávamos fora dos sapatos. E muitas mãos mandaram parar carros e aviões. E se levantaram para dizer adeus como quem diz até já em voz alta sem que ela se trema. Findo o dia como quem agarra o copo de vinho com a força do que o corpo guarda à espera de destruir. Com as mãos que seguram o cigarro forte o suficiente para que dure eternamente quando a cabeça já dói e a garganta arranha. Dos pedidos de desculpa que ficaram engalfinhados na gaveta; e ela ainda espera que se abra para os desembaraçar um por um. Neste ano que ainda agora iniciou e as ondas já vêm com a força de Agosto. Calma; precisamos de toneladas de calma. E alguém para nos saber abrir a porta dos túneis que se afundam no lusco-fusco da luz que persiste. 

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